terça-feira, setembro 20, 2005

Música para todos

E é este o estado actual da música portuguesa..

Quando pensamos que tínhamos batido no fundo com o hit do Tino de Rans "pão pão, queijo queijo", era porque ainda não tínhamos visto nada.

Que a música portuguesa é na sua generalidade má, disso julgo que ninguém tem dúvidas.

Que sempre houve público para "artistas" pimbas e outros que tais cujo tempo de composição de uma música se deve situar, temporal e espacialmente, no limiar no intervalo dos morangos com açúcar, isso sempre foi sabido. E ainda bem que há.

Agora a situação começa a ser outra..

Novos e jovens grupos de qualidade musical nada duvidosa (são realmente maus) já julgam ter o direito de actuar nos coliseus de Lisboa e Porto. E de quem falo? EZspecial e D'zrt!!

Do primeiro apenas bastará dizer que todas as músicas têm que conter lalala ú, lelelela e, pior ainda, quererem ser parecidos a John Travolta.
Para os segundos, esses pobres coitados com cabelo à Zé Carioca que quando forem crescidos vão ser procurados por homicídio sobre quem os pôs a fazer isto, há que dizer o seguinte: está bem que sempre houve bandas pirosas para miúdos. No meu tempo tínhamos os Onda Choque e as Ministars. Bem diferente por sinal.. Desses grupos quase todos os membros eram miudinhas, bem giras, e tinham no máximo um ou dois gajos que não sabiam jogar à bola. Meteram-se nisso e agora devem fazer parte do Esquadrão Gay..

Isto de actuar no coliseu anda a ficar muito democrático. Qualquer dia temos lá, p.e. o Pedro Abrunhosa!!
E ele bem anda a fazer por isso.. para que ninguém se esqueça dele, anda a colar cartazes pelos bancos Millenium e dizer isso mesmo. EU ESTOU AQUI!!
Como esta estória de alternativo de esquerda cai em esquecimento quando o dinheiro é preciso.. Já estou a ver o Louça daqui a uns anos vestido de boneco da Michelin e voz de padre com um slogan magnífico "Eu continuo aí para as curvas".

Mas há aqui uma coisa que não compreendo. Com toda essa onda gay a inundar-nos a televisão, porque não termos o verdadeiro e único Mister Gay num dos coliseus?
Assim juntavamos todo o pessoal alternativo e de bom gosto num mesmo sítio, chamávamos um padre exorcísta e salvamos toda essa gente possuída pelo Demo. Todos menos o Mister Gay. Esse belo exemplar de uma modo de vida, teria obrigatoriamente de sobreviver para mostrarmos aos nossos filhos que eles, afinal, tinham mesmo existido..