terça-feira, outubro 31, 2006

Oferendas

Ando numa altura em que os aniversários não são poucos. E o que traz isso?

Prendas, presentes (como preferirem), mas na maioria dos casos, dores de cabeça.

E com isso vem uma questão que sempre me intrigou.

Deve ou não oferecer-se um cheque-prenda?

A mim sim!! Adoro cheques-prenda. Escuso de dizer que gosto muito, preparar a cara de felicidade, no fundo, de ser um falso de primeira.

Mas para eu oferecer já não!! Parece-me que não dei a devida atenção, que tive falta de ideias, que não me quis dar ao trabalho. É exactamente isso que parece.. tu não mereces mais do que isto, um mísero cheque que demorou 1 minuto a escolher. E a dúvida foi se te haveria de dar um de 10 ou 15 euros...

Não me parece bem!! Até por outra razão. Sempre achei que tinha espírito de missionário. Como poderei eu desaproveitar tamanha oportunidade para evangelizar quem eu gosto? Porque hei-de eu de dar um cheque-prenda para um CD se depois a pessoa vai comprar uma piroseira qualquer? Como poderia eu viver se alguém me dissesse: Comprei com o teu cheque o CD de Scissor Sisters. Ou então um livro de Paulo Coelho. Pior.. uma t-shirt a dizer ARMANI! Pior, pior..... sapatos Miguel Vieira!!! Ai que isto não pára..

Mas é ou não verdade? Todos gostamos de receber cheques-prenda!

Julgo que todos, menos uma classe que não se manifesta muito. Pelo menos nestas circunstâncias.

Os bebés.

No início de Novembro vai nascer o meu primeiro sobrinho (macho).

Cheque-prenda?

Parece-me que o pequenito não iria gostar.

Poderiam gostar os pais. Mas isso seria interesse.

E isso já me parece bastante feio!!!!

Está decidido. Vais levar com o kit-benfica. O júnior, claro..

terça-feira, outubro 24, 2006

Descontentamento

Mais uma semana passada e a vida continua a mesma não é?

Vocês querem ver que nada mudou? a fome! o médio oriente! o Rivoli!

Pois é... é triste ver que o esforço de cidadãos exemplares não resultou em nada. É isto que queremos para o nosso país?

Mas para isto não ficar como no caso Entre-os-Rios (afogar todos os participantes??), para a culpa não morrer solteira, temos o dever de atribuir responsabilidades, encontrar culpados.

E quem é???



Exactamente!!

O Mão Tse Tung da cultura portuguesa, das artes musicais e da revolta do bolhão, (arghhhh... ele não participou nessa.. o porta-voz era um advogado do Porto armado em Ricardo Sá Fernandes cá do sítio..) não compareceu. Deixou órfãos todos os desempregados que se aglutinaram no Rivoli. Sim.. porque todos os que trabalhavam na primeira noite fizeram-se ao caminho.
Haverá cabimento/justificação para tal ausência? Tudo bem, nós sabemos que não está para lançar nenhum álbum, mas custava-lhe dar uma perninha. Afinal, ele não diz sempre "Eu, estou aqui"?.

Aparentemente não está. E com ele, desapareceu o apoio popular que se vê na foto. Mulheres sôfregas por descobrir a cor dos olhos desse ícone sexual, ansiosas por afagar a careca resplandecente e ele, em casa, com xaile pelas pernas a tomar chá com suas fãs e não com o povo que o adora.

Quem se lixou mais com isso? Os okupas do Rivoli.
Como não tiveram qualquer apoio de figuras públicas, ninguém os levou a sério. Por isso é que a polícia só lá foi uns dias depois. Achou apenas, e com razão, que seriam apenas uns dos muitos jovens do bloco de esquerda que por diversas vezes aparecem nos concertos que lá fazem. Como andam sempre bonitos, teriam ficado por lá a dormitar. Nada que nunca tenham tentado. Tecto, sem vento e com a arte a circundá-los. Só que ficaram tempo demais... e claro, a polícia malvada perguntou-lhes de que forma queriam que tocassem o violino!!!! Que brutos estes polícias... e magoaram o ego de quem apenas nos queria salvar...

Apenas uma coisa mais. Terá o Francisco Louçã ficado cansado na marcha contra o desemprego?

domingo, outubro 08, 2006

Fiúza

Pois é... parece que estamos de volta. Após quase um ano de licença sem vencimento, mas sem celibato, reaparecemos para mal dos nossos e vossos pecados. Claro que os vossos são maiores, mas os meus são mais bonitos.


E o que me traz aqui? Não. Não é o Sr. Fiúza. Essa musa de textos humorísticos e satíricos. Serviu mesmo só como isco. Quem não tem cão caça com gato.
E é mesmo sobre isso esta primeira etapa da nossa nova vida.

Que aconteceu precisamente há uma semana atrás?

Andava eu por este Portugal fora e domingo regressei a casa. Que vi? Um fenómeno interessantíssimo e que tem paralelismos com outros acontecimentos na nossa sociedade.. O que se viu foi um conjunto de homens que gostam de andar com ela na mão, uns amiguinhos atrás a farejar e com ela sempre pronta a disparar sobre tudo o que mexe. Não, não era o Cristiano Ronaldo. Muito menos o Rocco!

Era a abertura oficial da caça!!!

Que repasto! que festim!! Que emoção a oportunidade de realçar toda a masculinidade que possuímos dentro de nós. Acordar cedo, uns tiros pró ar, broa e vinho q.b. e uma passagem no talho para não fazer má figura à senhora lá de casa. E têm todos que ir no primeiro dia e à primeira hora do dia. Senão já não são tão homens quanto isso.

E que correria tão desenfreada também ocorre, mas noutro campo de batalha? Que fazem as mulheres de tão grotesco e com tamanha ansiedade?

O primeiro dia dos saldos é tão bom para as mulheres como abertura de caça para os homens. A sofreguidão é a mesma, a ânsia de chegar antes de todos igual, a luta desenfreada pela melhor peça e os tiros/cotoveladas que por vezes é necessário utilizar - danos colaterais - para atingir o objectivo. As conversas que antecedem.. o contar dos dias.. o rondar do local para localizar o melhor ponto onde atacar.. o nervoso miudinho.. os tremores e os suores..
Mas não podemos esquecer dos aliados sempre presentes nestas alturas. Os amiguinhos!! os amiguinhos que sempre se avistam. O caçador não dispensa o seu cão, a mulher não dispensa o seu homem. O cão fica preso no atrelado, o homem fica preso no corrimão do centro comercial. Ambos aguardam o momento certo... aguardam.. esperam.. sempre atentos... Mal os chefes conseguem o que querem, o cão e o homem disparam. O cão move-se rapidamente em busca da presa atingida, o homem esgueira-se como ninguém até à caixa registadora. Os movimentos têm de ser precisos e exactos. Qualquer indecisão pode ser fatal. O cão larga a presa ou o homem engana-se no código secreto e nenhum irá ter uma noite sossegada. Mas é raro falharem. Toda a vida foram treinados para isso. E é isso mesmo que separa os fracos dos eleitos. Quem falha é abandonado. Quem nunca viu um cão abandonado e um homem perdido em centros comerciais a vaguear e cartão de crédito partido?...

É triste meus amigos este flagelo da nossa sociedade. Mas é a sociedade em que vivemos. E que temos que nos aguentar.

Força!! Estaremos aqui para vos ajudar.

Voltamos!